GELASAL
Grupo de Estudos em Linguística Aplicada/Queer em Questões do Sertão Alagoano
Palestra-aula 05
O sertão/Nordeste e a 'memória metálica'
Profa. Dra. Débora Raquel Hettwer Massmann
(PPGLL-UFAL; Letras-UFAL-Campus do Sertão)
Texto-base [para leitura]
Verbete 01
Verbete 02
"(...) observamos que a compreensão do funcionamento da linguagem na interface com a tecnologia digital e com os saberes regionais traz consigo a questão do discurso midiático que, no espaço digital, tem em sua base uma 'memória metálica' (Orlandi, 2010), a memória das máquinas, determinada pela 'repetição técnica' de certos sentidos (em especial os relacionados com as ciências naturais e exatas), que circulam de maneira seriada, produzindo efeitos de serem uma verdade incontestável na sociedade. Na Internet, com a mídia digital em funcionamento, temos uma profusão de informações e uma demanda por gestos de leitura no coletivo que trazem à cena o processo de produção do conhecimento seja sobre a cultura em geral, seja sobre a cultura regional, produzindo deslocamentos de sentidos no imaginário de que uma região x é significada historicamente como xyz. Ou seja, há apenas uma direção de sentido, como acontece, por exemplo, no caso do sertão.
​
Memória Metálica, para Orlandi (2010, p. 9) é aquela que é produzida pela mídia, pelas novas tecnologias de linguagem. 'A memória da máquina, da circulação, que não se produz pela historicidade, mas por um construto técnico (televisão, computador, etc.). Sua particularidade é ser horizontal (e não vertical, como a define Courtine), não havendo assim estratificação em seu processo, mas distribuição em série, na forma de adição, acúmulo: o que foi dito aqui e ali e mais além vai se juntando como se formasse uma rede de filiação e não apenas uma soma, como realmente é, em sua estrutura e funcionamento'.
​
(VASCONCELOS, Viviane da Silva, 2021, p. 06)
Resumo
Nesta palestra-aula, Débora Raquel Hettwer Massmaan falará acerca da circulação de sentidos de sertão/Nordeste. Para essa reflexão, a pesquisadora mobilizará o conceito de "memória metálica", de Eni Orlandi (1996), no livro "Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico". O convite para essa participação se deu em função dessa noção de 'memória' ter sido mobilizada por uma de suas bolsistas de iniciação científica, Viviane da Silva Vascancelos, no Relatório Parcial de pesquisa apresentado ao Pibic neste ano, 2021, no projeto "O sertão em (dis)curso: sobre a institucionalização de sentidos" (Pibic 2020-2021). Acreditamos que esse conceito é relevante para os estudos desenvolvidos no Gelasal, importante para pensar a interface linguagem e território.