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Palestra-aula 02

O rapto do sertão: a captura do conceito de sertão pelo discurso regionalista nordestino

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(UFPE; UFRN)

Texto-base [para leitura]

"Na primeira metade do século XIX, o conceito de sertão ainda guarda os sentidos ligados a sua origem etimológica, pois sertão viria do latim sertãnu ou sertu, significando “bosque, do bosque”, ou da palavra latina desertãnu, significando “região deserta”. Há ainda quem a derive de uma palavra de origem angolana, mulcetão, que significava “terra entre terras”, “local distante do mar”, “lugar interior”.

(...)

(...) para entendermos o processo de captura do conceito de sertão pelo discurso regionalista nordestino, os primeiros acontecimentos relevantes ocorrem na segunda metade do século XIX, mais especificamente a partir do final da década de 1870.

(...)

O rapto da categoria sertão pelo discurso regionalista nordestino foi antecedido e possibilitado por discursos e práticas institucionais que antecederam a própria invenção do Nordeste.

​

(ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de, 2019, p. 21-25)

Resumo

Nesta palestra-aula, Durval Muniz de Albuquerque Júnior tratará das "motivações históricas que fizeram com que a categoria sertão, que até o século XIX descrevia qualquer área do país que ficava para além do litoral e das cidades, fosse capturada paulatinamente pelo discurso regionalista nordestino, a ponto de o sertão ser oficialmente incorporado como uma sub-região do espaço nordestino. Aborda-se como, ao longo do final do século XIX e do século XX, o sertão foi sendo associado, pelos discursos literários, parlamentares, técnicos, jornalísticos e artísticos, a temas como a seca, a semiaridez, a caatinga, o cangaço, o messianismo e o coronelismo, raptando o sertão para o espaço nordestino" (Albuquerque Jr., 2019, p. 21). O capítulo "O rapto do sertão...", de autoria do historiador-palestrante, é texto-base para o estudo.

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